sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Experiência Interessante

A experiência que segue preciso narrar, pois gerou mudança em mim.
Ontem, quinta-feira dia 14/01/2009, eu estava em consagração e durante o dia sentia um vazio que não sabia explicar (não era fome!!! rsrs).
Conversei com o Agnaldo, colega de trabalho e missionário da Igreja Assembléia de Deus – Projeto Família que fica na região do Posto Zero em Várzea Grande.
Na conversa falei que eu precisava fazer algo e não sabia o que era e ele me falou imediatamente para ministrar a palavra no culto em sua igreja a noite.
A igreja do Agnaldo trabalha exclusivamente com prostitutas, travestis e drogados que estão perdidos naquela região.
Eu me enchi de ânimo, fui pra casa orar por volta do meio-dia e DEUS me conduziu a uma mensagem a partir de Romanos 5:6 até o verso 21.
Fui ao culto, ministrei a palavra e o culto foi uma benção. No entanto o que quero deixar registrado não é a ministração das pessoas por meu intermédio, e sim a ministração que recebi após o culto, contada nas próximas linhas deste texto.
No final do culto fui convidado a sair com a equipe de evangelismo e isso já era 21:30 horas.
Deixei minha esposa em casa e retornei rapidamente, instigado por aquela oportunidade. Apesar de sentir uma sensação de bloqueio, de não querer ir.
Quando cheguei a igrejinha novamente minha primeira surpresa foi encontrar vários jovens de outras igrejas lá, esperando para começar o evangelismo.
Havia pessoas da Presbiteriana e também da Batista.
 Saímos em equipes, todos empunhando panfletos e convites para um jantar (gratuito) que vai ocorrer no sábado destinado àquelas pessoas.
Na equipe em que eu estava, estavam também o Agnaldo e mais duas jovens da Igreja Presbiteriana.
Logo nos primeiros 200 metros de caminhada encontramos uma jovem parada debaixo de um poste de luz para se prostituir.
Fiquei novamente surpreso com a desenvoltura daqueles que estavam comigo, para abordar as pessoas na rua.
As jovens presbiterianas, já chegaram com todo ânimo, abraçaram a “prostituta” e falaram de Jesus com muita ousadia.
Descobrimos que a garota é desviada da Assembléia de Deus, então oramos por ela e entregamos o convite.
Logo mais adiante outro grupo de prostitutas, onde algumas ao nos ver saíram correndo para o outro lado da rua, enquanto outras nos receberam bem.
Enquanto o Agnaldo e eu (mais o Agnaldo do que eu) ministrávamos para uma, as duas jovens que nos acompanhavam ministraram pra mais duas pessoas.
Seguindo a orientação do Agnaldo, fomos por uma rua muito escura e lá encontramos um grupo de travestis e junto deles uma das nossas equipes estava ministrando.
Um dos travestis estava totalmente nu e uma das jovens que estavam conosco ministrou e abraçou.
Lembro bem, quando um dos travestis, falou que estava com vergonha da sua nudez diante da nossa presença.
Como encontramos uma de nossas equipes, percebemos que as redondezas já tinham sido ministradas e voltamos para a igreja.
Conto esta história para que eu não me esqueça do que senti com aquela experiência, do tremor da minha mão ao entregar um folheto e falar de Jesus. Algo que às vezes faço com tanta eloqüência dentro de uma reunião de família ou no próprio templo.
Mas ali, me senti incompleto diante daqueles jovens que com muita coragem levam o AMOR de JESUS a pessoas que se sentem totalmente excluídas. Que acreditam que não tem nenhum valor. Que consideram a si próprias como algo muito mínimo, ou na expressão que ouvi de uma delas falando: “Sou assim mesmo...”.
Percebi o quão superficial eu tenho sido até aqui na minha Fé em Jesus e em meu ministério. E mais ainda, o quão preconceituoso eu era até o preconceito ter sido quebrado a força, pela pratica do amor. Não a minha prática, mas daquele grupo de pessoas que se esforçam literalmente em resgatar perdidos.
Resgatar pessoas que nem todo mundo quer resgatar.
Buscar pessoas e aceitar pessoas que nem todo mundo quer aceitar.
DEUS é melhor do que eu podia imaginar, pois vi o AMOR de DEUS com meus próprios olhos sendo ministrado naqueles becos e ruas escuras. E percebi que meu repudio enrustido era dirigido às pessoas e não ao pecado (eu acreditava que sabia até estar lá na prática!).
Saí deste acontecido com um senso de dever cumprido, com uma alegria diferente. Mas acima de tudo, entendi que fui chamado ali, pelo Espírito Santo, para que eu fosse ministrado pelo AMOR DE DELE afim de que as barreiras em mim fossem quebradas.
Que o SENHOR JESUS seja louvado.